A ESCRITA E SEUS NÍVEIS

Para saber qual a que nível de escrita que um aluno pertence é necessário que se faça uma sondagem e avalie. Sondagem da escrita nada mais é do que a investigação sobre a psicogênese da língua escrita, sendo o professor o mediador do processo ensino-aprendizagem.
Cada criança é um indivíduo único e cada uma delas tem seu próprio tempo para aprender cada coisa. Contudo aprender é o resultado da interação entre outros indivíduos, além de outros fatores resultantes como, emocionais e ambientais. É um processo contínuo e com o passar do tempo a criança demonstra com mais evidencia o que aprende.
Podemos afirmar que, durante o processo de aprendizagem e desenvolvimento, a criança opera sobre todos os dados recebidos do ambiente ao qual está inserido, dando significado a eles, sejam pessoais ou culturais.
Portanto, a aprendizagem não é um processo limitado à atenção a ao esforço, depende também de estímulos ambientais e motivacionais de cada pessoa. A criança aprende coisas sobre si mesmas e sobre o ambiente em que vive, estimulando assim seu amadurecimento.
Segundo a escritora Argentina Emília Ferreiro, existem 4 níveis de escrita, são eles:

Nível Pré-Silábico: A criança começa a perceber que a escrita representa a quilo que é falado, reproduzindo rabiscos e desenhos. Já sabe que a palavra é formada por várias letras, mas ainda não se preocupa com a posição de cada letra.
 Luiz, de 4 anos, nos apresenta a escrita pré-silábico, onde nos aponta letras e símbolos, com variação de caracteres.    

Neste nível, o aluno considera que coisas diferentes devem ser escritas de forma diferentes. No caso recomenda-se que Luiz trabalhe com letras e números para distingui-los, bem como manipular com frequência o alfabeto móvel, além do estudo e interpretação de gravuras, importante também permitir escritas espontâneas.

1-      Nível Silábico: É a descoberta de que a quantidade de letras com que vai escrever uma palavra pode ter correspondência com a quantidade de partes que se reconhece na emissão oral. A criança identifica primeiramente a letra inicial das palavras, depois o final e só depois as intermediárias.

2-    Nível Silábico-Alfabético: este nível corresponde a um período de transição, no qual em algum momento a criança utiliza uma letra para cada sílaba, outro momento reconhece os demais fonemas das palavras e passa também a utilizá-los.

3-   Nível Alfabético: Inicialmente a criança já consegue reproduzir adequadamente todos os fonemas de uma palavra. Analisa na palavra suas vogais e consoantes. Entretanto ainda persiste muitos erros ortográficos, confundindo, por exemplo, S e SS ou X e CH. 
Mendonça (2011) nos ressalta que: “Quando o aluno lê, realiza a decodificação (decifração) de
sinais gráficos, transformando grafemas em fonemas. Esse é um aprendizado complexo, que exige
diferentes formas de raciocínio, envolvendo abstração e memorização”. (p. 46)

Por fim, para que todos aprendam é preciso considerar as necessidades de cada um e avaliar constantemente os efeitos obtidos e ainda considerar que as famílias são parceiras no processo de ensino.

REFERENCIAS:
MENDONÇA, Onaide Schwartz; MENDONÇA, Olympio Correa de. Psicogênese da Língua Escrita: contribuições, equívocos e consequências para a alfabetização. In: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Pró-Reitoria de Graduação. Caderno de formação: formação de professores: Bloco 02: Didática dos conteúdos. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2011. v. 2. p. 36-57. (D16 - Conteúdo e Didática de Alfabetização).


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